Bel
Padovani vence o Prêmio Visa
Agência
Estado
Pouco
antes da apresentação dos cinco candidatos classificados para
a final do 8.º Prêmio Visa de Música Brasileira - Edição Vocal,
realizada quarta-feira no Tom Brasil Nações Unidas, parte
dos jurados confessou que a escolha do vencedor seria difícil.
Embora o resultado tenha provocado controvérsias, a vitoriosa
Izabel Padovani não deixou dúvidas: foi a melhor atuação da
noite. Em segundo lugar ficou a paulista Ana Luíza e em terceiro,
o alagoano Rubi, o predileto da torcida.
Em
cada mesa do Tom Brasil havia fichas com os nomes de todos
os finalistas e o público pôde votar colando um adesivo dourado
ao lado do nome de sua preferência. Venceu Rubi, sem dúvida.
Pela classificação em terceiro lugar, na avaliação dos jurados,
ele levou R$ 30 mil. Pelo voto popular digital, promovido
pelo site do Prêmio Visa, ele ficou em segundo lugar, a poucos
pontos de diferença da vencedora, sua conterrânea, Yara de
Mello.
Ana
Luíza ficou com R$ 50 mil e Izabel, além da gravação de um
CD pela gravadora Eldorado, embolsou R$ 110 mil. Paulista
radicada há anos na Áustria, Izabel deve voltar com tudo para
investir em sua carreira no Brasil. Ela passou quatro anos
sem pisar no País por conta de um curso de técnica de Alexander,
inventada por um ator australiano. "Foi muito importante para
meu corpo, minha voz e minha atuação no palco", conta ela.
"Depois disso tinha planejado voltar mesmo. O Visa acelerou
esse processo para semear meu trabalho no Brasil."
Como
o prazo para a gravação do CD é de cerca de um mês, Izabel
já está em ritmo acelerado. Vai incluir canções que ficaram
de fora de seu último álbum, Tons (só lançado na Europa),
e outras que vinha apresentando em concertos, entre elas inéditas
de amigos e consagradas como Eu te Amo (Chico Buarque/Tom
Jobim) e Circuladô de Fulô (Caetano Veloso), com a qual provocou
o primeiro grande impacto na apresentação de quarta-feira.
O segundo, e maior, foi com a linda Foi no Mês que Vem (Vitor
Ramil), que ela gravou em outro CD, e fez o público vibrar
no meio da performance ao improvisar um diálogo em scat singing
com o baixo (Ronaldo Saggiorato) e o piano (Marcelo Onofri).
Izabel
tem um belo timbre, voz encorpada e grave, influência de jazz,
música erudita, João Gilberto, Elis Regina, Carmen Miranda,
Orlando Silva e a cantora e pianista portuguesa Maria João.
Vem há anos desenvolvendo seu projeto com Saggiorato e Onofri
e, como se pôde descobrir, está em seu momento de maturidade
artística. Pena que foi prejudicada pelo som embolado no Frevo
Diabo (Edu Lobo/Chico Buarque), com que encerrou sua participação.
Ana
Luíza teve mais sorte porque foi a primeira a se apresentar
e o som estava mais ajustado para ela. Fez uma apresentação
redonda e emocional mesclando Milton Nascimento com ponto
de umbanda e cantiga de roda com Roberto Carlos. Cris Aflalo
manteve o brilho natural, cantando Xerém com graça e malícia,
mas não foi classificada. Contrastando com o repertório incomum
dos demais, o grupo Nós Quatro, também desclassificado, optou
por canções consagradas de Milton, Caetano e Luiz Gonzaga.
Uma
boa novidade, que dinamizou os shows, foram as projeções criadas
por Jodele Larcher e Robson Victor. Eles trouxeram várias
imagens de arquivos e outras exclusivas e foram ágeis ao sincronizá-las
com as músicas, a maioria das quais não conheciam. A Rádio
Eldorado (realizadora do prêmio com a Visa do Brasil) transmitiu
ao vivo pela AM e pela FM. Neste domingo o canal pago Multishow
mostra um especial de uma hora, a partir das 23h15.
|