Jornal: Cosmo On Line
Cidade: Campinas, SP
Data:
20/10/2005


Imprensa
 
   
 

Bel Padovani vence o Prêmio Visa
Agência Estado

Pouco antes da apresentação dos cinco candidatos classificados para a final do 8.º Prêmio Visa de Música Brasileira - Edição Vocal, realizada quarta-feira no Tom Brasil Nações Unidas, parte dos jurados confessou que a escolha do vencedor seria difícil. Embora o resultado tenha provocado controvérsias, a vitoriosa Izabel Padovani não deixou dúvidas: foi a melhor atuação da noite. Em segundo lugar ficou a paulista Ana Luíza e em terceiro, o alagoano Rubi, o predileto da torcida.

Em cada mesa do Tom Brasil havia fichas com os nomes de todos os finalistas e o público pôde votar colando um adesivo dourado ao lado do nome de sua preferência. Venceu Rubi, sem dúvida. Pela classificação em terceiro lugar, na avaliação dos jurados, ele levou R$ 30 mil. Pelo voto popular digital, promovido pelo site do Prêmio Visa, ele ficou em segundo lugar, a poucos pontos de diferença da vencedora, sua conterrânea, Yara de Mello.

Ana Luíza ficou com R$ 50 mil e Izabel, além da gravação de um CD pela gravadora Eldorado, embolsou R$ 110 mil. Paulista radicada há anos na Áustria, Izabel deve voltar com tudo para investir em sua carreira no Brasil. Ela passou quatro anos sem pisar no País por conta de um curso de técnica de Alexander, inventada por um ator australiano. "Foi muito importante para meu corpo, minha voz e minha atuação no palco", conta ela. "Depois disso tinha planejado voltar mesmo. O Visa acelerou esse processo para semear meu trabalho no Brasil."

Como o prazo para a gravação do CD é de cerca de um mês, Izabel já está em ritmo acelerado. Vai incluir canções que ficaram de fora de seu último álbum, Tons (só lançado na Europa), e outras que vinha apresentando em concertos, entre elas inéditas de amigos e consagradas como Eu te Amo (Chico Buarque/Tom Jobim) e Circuladô de Fulô (Caetano Veloso), com a qual provocou o primeiro grande impacto na apresentação de quarta-feira. O segundo, e maior, foi com a linda Foi no Mês que Vem (Vitor Ramil), que ela gravou em outro CD, e fez o público vibrar no meio da performance ao improvisar um diálogo em scat singing com o baixo (Ronaldo Saggiorato) e o piano (Marcelo Onofri).

Izabel tem um belo timbre, voz encorpada e grave, influência de jazz, música erudita, João Gilberto, Elis Regina, Carmen Miranda, Orlando Silva e a cantora e pianista portuguesa Maria João. Vem há anos desenvolvendo seu projeto com Saggiorato e Onofri e, como se pôde descobrir, está em seu momento de maturidade artística. Pena que foi prejudicada pelo som embolado no Frevo Diabo (Edu Lobo/Chico Buarque), com que encerrou sua participação.

Ana Luíza teve mais sorte porque foi a primeira a se apresentar e o som estava mais ajustado para ela. Fez uma apresentação redonda e emocional mesclando Milton Nascimento com ponto de umbanda e cantiga de roda com Roberto Carlos. Cris Aflalo manteve o brilho natural, cantando Xerém com graça e malícia, mas não foi classificada. Contrastando com o repertório incomum dos demais, o grupo Nós Quatro, também desclassificado, optou por canções consagradas de Milton, Caetano e Luiz Gonzaga.

Uma boa novidade, que dinamizou os shows, foram as projeções criadas por Jodele Larcher e Robson Victor. Eles trouxeram várias imagens de arquivos e outras exclusivas e foram ágeis ao sincronizá-las com as músicas, a maioria das quais não conheciam. A Rádio Eldorado (realizadora do prêmio com a Visa do Brasil) transmitiu ao vivo pela AM e pela FM. Neste domingo o canal pago Multishow mostra um especial de uma hora, a partir das 23h15.

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Última atualização em 20 de janeiro de 2010