Entrevista
com Izabel Padovani
Raul
Boeira
Izabel
Padovani é uma das mais importantes cantoras de jazz do Brasil.
Acaba de vencer o Prémio Visa de Música Brasileira Edição
Vocal 2005.
IZABEL
PADOVANI
PROFISSÃO:
CANTORA BRASILEIRA
Em
2005 diversos festivais e prêmios puderam mostrar ao público
a produção musical brasileira que a grande mídia insiste em
ignorar. O mais importante desses eventos, o Prêmio Visa de
Música Brasileira Edição Vocal 2005, consagrou a cantora Izabel
Padovani. Na final realizada na noite de 19 de outubro, no
Tom Brasil Nações Unidas (SP), Izabel venceu as demais concorrentes
interpretando as canções Circuladô de Fulô (Caetano Veloso/Haroldo
de Campos), Foi no Mês que Vem (Vitor Ramil) e Frevo Diabo
(Edu Lobo/Chico Buarque). Nascida em Campinas-SP, desde 1996
vive entre Áustria e Brasil. Lançou na Europa dois cds (Mar
& Bel e Hein?!) em duo com o pianista Marcelo Onofri, com
quem trabalha há muitos anos. Neste ano lançou lá o cd Tons
- Bass & Voice (Gillard Music/2005), em duo com o baixista
passo-fundense Ronaldo Saggiorato. Com esse trabalho vem se
apresentando regularmente em festivais e casas de espetáculos
da Europa. Izabel tem um belo timbre mezzo soprano, voz encorpada
e grave, influência de jazz, música erudita e principalmente
da música brasileira: de Orlando Silva a João Gilberto, de
Carmen Miranda a Elis Regina. Há anos vem desenvolvendo seu
projeto com Saggiorato e Onofri, dois grandes músicos com
sólidas carreiras solo e que também viveram na Áustria.Em
2005 diversos festivais e prêmios puderam mostrar ao público
a produção musical brasileira que a grande mídia insiste em
ignorar. O mais importante desses eventos, o Prêmio Visa de
Música Brasileira Edição Vocal 2005, consagrou a cantora Izabel
Padovani. Na final realizada na noite de 19 de outubro, no
Tom Brasil Nações Unidas (SP), Izabel venceu as demais concorrentes
interpretando as canções Circuladô de Fulô (Caetano Veloso/Haroldo
de Campos), Foi no Mês que Vem (Vitor Ramil) e Frevo Diabo
(Edu Lobo/Chico Buarque). Nascida em Campinas-SP, desde 1996
vive entre Áustria e Brasil. Lançou na Europa dois cds (Mar
& Bel e Hein?!) em duo com o pianista Marcelo Onofri, com
quem trabalha há muitos anos. Neste ano lançou lá o cd Tons
- Bass & Voice (Gillard Music/2005), em duo com o baixista
passo-fundense Ronaldo Saggiorato. Com esse trabalho vem se
apresentando regularmente em festivais e casas de espetáculos
da Europa. Izabel tem um belo timbre mezzo soprano, voz encorpada
e grave, influência de jazz, música erudita e principalmente
da música brasileira: de Orlando Silva a João Gilberto, de
Carmen Miranda a Elis Regina. Há anos vem desenvolvendo seu
projeto com Saggiorato e Onofri, dois grandes músicos com
sólidas carreiras solo e que também viveram na Áustria.
Izabel
Padovani concedeu uma entrevista exclusiva ao compositor Raul
Boeira.
RB:
Quando despertou o teu interesse pela música?
Eu
sempre gostei muito de música. Em casa alguns dos meus irmãos
(tenho seis) tocavam violão, meu pai também tocava um violão
muito bonito, cheio de bordoneios. Eu ia sempre a concertos
e ensaios dos grupos de música que eu conhecia. Aos poucos,
fui pegando no violão, tocava e cantava nos encontros com
os amigos, até que recebi um convite pra cantar numa banda.
Desde então não parei mais, eu tinha uns quinze anos.
RB:
Tua formação musical?
Cantei
anos e anos em bares, trabalhei também muitos anos em estúdio,
fazendo backing vocal em discos e comercias. Paralelamente,
sempre tive aulas de canto, queria também fazer música clássica,
até hoje gosto muito de ópera. Mas não tive a disciplina suficiente
pra levar isso à frente. Estudei na Fundação das Artes de
São Caetano do Sul, na época uma das melhores escolas de música
do país, mas não terminei o curso. Acho que minha maior escola
foi ter sempre tocado com excelentes músicos. Marcelo Onofri,
Bebeto von Buettner, Ronaldo Saggiorato e outros. Gente da
pesada, com as quais aprendi muito. Na minha opinião, estudar
é importante. Claro que sem o tal do talento não há meio de
ser um grande músico, mas em todas as profissões e também
pra vida em geral, quanto mais conhecimento, quanto mais aberto
você for pra tudo, pra todo tipo de informação, melhor. Acho
interessante que os artistas consigam traduzir na sua obra
uma preocupação estética e uma interação com o mundo em que
vivem.
RB:
Percebe-se que tens uma voz educada.
Tive
muita aula de canto ainda num tempo em que não se falava em
Canto Popular. Estudar canto queria dizer estudar um repertório
lírico. Mas a Técnica Vocal em si é só uma. Com pequenas diferenças
de um professor para outro, ela leva basicamente pra mesma
direção. O uso que se vai fazer da técnica é que são elas.
Na música erudita, por exemplo, é preciso muito, muito mais
volume na voz, afinal você canta sem microfone, com uma orquestra
entre você e o público. Na Música Popular, acho que se tem
mais liberdade na utilização vocal. Você pode fazer efeitos
com a voz, buscar timbres diferentes e quanto mais técnica,
mais fácil fica usar o instrumento.
RB:
Teu interesse pela música popular brasileira vem desde cedo?
Sempre
gostei da música brasileira. É, sem dúvida, minha maior influência
musical. Foi o que mais ouvi em casa. Um dos meus irmãos mais
velhos tinha um acervo de lps que eu gostava de mexer. Discos
do Orlando Silva cantando "Rosa" do Pixinguinha, Nelson Cavaquinho,
João Gilberto, de tudo um pouco. "Rosa" foi, eu acho, a primeira
música que decorei de tanto que ouvi o disco do Orlando. Me
identifico muito com a música do Brasil pré-bossa nova. Ouço
as músicas e me deleito com a delicadeza do texto, as melodias
bonitas, uma brejeirice toda brasileira. Temos muitos compositores
fantásticos dessa época. Uma pena que essas coisas não toquem
mais no rádio e haja muito poucos relançamentos em CD.
RB:
Teus trabalhos no Brasil, antes da partida para a Europa...
Eu
canto desde os quinze anos, então fiz aquele trajeto de sempre:
bares, coros, carnaval, estúdio, lá pelos anos oitenta ganhei
o Prêmio de Melhor Intérprete no único festival que participei,
o Festival Universitário do Estado de São Paulo. Eu sempre
ouvi os músicos mais velhos dizerem que a gente aprende a
fazer música fazendo. Hoje compartilho dessa idéia. Estudar,
claro! Mas é preciso tocar, dar a cara ao tapa, ir fazendo,
experimentando, acreditando no que se faz, vários grupos,
várias formações, contato com músicos diferentes, que pensam
diferente. Escolher uma música, levar pra banda, arranjar,
ver o que faz o baixo, a bateria, os outros instrumentos,
entender aquela harmonia, conseguir improvisar em cima dela,
essa é uma grande escola.
RB:
E a decisão de ir para a Europa?
A
primeira vez que fui à Europa foi em 86, para visitar o pianista
Marcelo Onofri, que tinha acabado de se mudar pra Viena. Acabei
morando na Itália nessa época e só dez anos depois começaram
minhas idas e vindas pra Áustria. Convite para um trabalho
aqui e acolá e assim foi. Fui para a Europa mais que tudo
por curiosidade. Outra cultura, outra língua... Aprendi muito
morando fora, a gente amadurece e acaba vendo o Brasil com
outros olhos, acho que gosto mais do Brasil agora e acho que
entendo melhor o Brasil também. Naturalmente me aborreço muito
com o Brasil também, é incrível como tudo pode ser tão desorganizado
e ineficiente por aqui.
RB:
E essa longa parceria com o pianista Marcelo Onofri...
Tinha
uns dezessete ou dezoito anos quando conheci o Marcelo. Desde
então somos grandes amigos e parceiros. Nessa longa trajetória
gravamos dois CDs: "Mar & Bel" foi o primeiro, feito com tão
pouco dinheiro que, das dez músicas previstas, conseguimos
gravar apenas sete. Nossa segunda produção, "Hein?!", está
a venda pelo site: www.antaresmusica.com.br Fizemos o disco
uma semana antes da volta definitiva do Marcelo ao Brasil.
Os nossos concertos na Europa pra nós, era um grande evento,
posto que eu ia pra Europa passar longas temporadas, mas não
tão longas assim, um ano, dois anos às vezes. Tudo dependendo
do que aparecesse pra fazer no momento e da minha paciência
pra agüentar as condições do tempo. Então trabalhávamos muito
intensamente preparando repertório e os arranjos para os concertos
que pudessem aparecer. E esses dias de concentração e criação
são uma parte das minhas melhores lembranças da Áustria. Gosto
muito desse momento onde ainda nada existe e as idéias surgem
e a construção se inicia.
RB:
O europeu é mais exigente, no que se refere à postura e profissionalismo
do artista?
O
primeiro dos fatos é que a Europa gasta mais dinheiro com
cultura. Há mais incentivo, há mais democracia. O dinheiro
é revertido, de um modo ou de outro, em benefício de todos.
Considerando ainda que a música que eles produzem ou produziram
por lá, é erudita, você está se deparando com um público capaz
de ficar três horas sentado ouvindo um concerto, público que,
por ter maior poder aquisitivo, freqüenta mais teatros. Há
também o fato de a Europa ser mais organizada, tudo funciona
melhor, há mais cidadania, mais respeito ao cidadão, mais
confiabilidade. Os contratantes te pagam em dinheiro e não
em cheque, logo após o concerto, normalmente o equipamento
de som é de boa qualidade... Ou seja, dá a impressão que todos
estão trabalhando a favor de todos. Os concertos são fechados
com meses de antecedência, há tempo pra organizar e divulgar,
uma beleza. Há a possibilidade de trabalhar de uma maneira
bem profissional, tudo depende também do seu próprio compromisso
com o profissionalismo, mas as condições são favoráveis. A
questão do respeito ao cidadão é um tema muito importante.
No Brasil, precisamos aprender a respeitar e valorizar o cidadão,
o patrimônio público, a organizar as instituições de maneira
que elas funcionem de verdade, para todos, como condiz a uma
civilização em pleno século XXI.
RB:
Há lugar lá pra a música brasileira que não se enquadre no
velho estereótipo "ôba-ôba/samba/axê/mulata"?
A
música brasileira, assim como a cultura brasileira, o mundo
não conhece ao certo. Nem nós conhecemos muito, tamanha sua
diversidade. Isso tudo faz com que os estereótipos se sobressaiam.
Meia dúzia de mulatas de biquíni dançando ao som de um CD
não é a verdade sobre o carnaval, fora do contexto de uma
escola de samba, essas cenas ficam absolutamente sem conteúdo,
mas elas acontecem por lá com freqüência e ajudam a manter
uma imagem errônea da cultura brasileira. Ou mesmo o fato
da nossa música popular ser tão vinculada ao texto, com poetas
tão brilhantes e isso tudo não ser entendido pelo público
europeu é um fator debilitante. A música ritmada acaba se
sobressaindo independente do seu valor artístico. Mas há sempre
espaço pra música de qualidade em qualquer parte do mundo.
RB:
Ao definir teu repertório, o que é que decisivo na escolha
das canções? Procuras aquela canção que oferece maiores condições
de mostrares tuas qualidades de cantora ou a escolha é determinada
mais pela emoção?
Escolho
as músicas pelo texto, pela riqueza melódica e harmônica,
ou pela beleza da simplicidade apenas. São vários fatores
juntos, mas não é simplesmente pelo grau de dificuldade. Muitas
vezes músicas simples ficam muito complicadas no decorrer
do trabalho, aí tem que correr atrás, estudar mais, resolver
os problemas. Não há nada como o tempo pra amadurecer, os
ensaios servem também pra isso, ir tocando, amadurecendo a
forma de tocar.
RB:
A canção é palavra cantada? Ou é música com palavras?
Acho
que música é música, independente do texto claro, mas há essa
modalidade "Canção", que, no caso da música brasileira, é
genial. São tantos poetas fantásticos... Chico Buarque, Vitor
Ramil... É uma modalidade, é "música junto com a poesia" em
uma união simbiótica.
RB:
Nos teus três discos há canções brasileiras de várias épocas.
Pesquisas muito?
Às
vezes saio à cata de músicas, às vezes as músicas vêem até
mim, meio sem querer. Mas tenho um ouvido atento, consigo
detectar logo o lado B, ouvir um CD e achar lá escondido uma
pérola.
RB:
O que é uma boa canção? Tem sido fácil encontrá-las hoje?
Difícil
definir o que é uma boa canção. Uma bela melodia, uma melodia
bem construída, harmonias sofisticadas, textos interessantes...
O que define música boa de ruim é todo um contexto. Passa
pela relatividade do gosto pessoal, pelo momento artístico
e até mesmo pelo acento que se pode dar a uma determinada
canção. O Caetano Veloso é um exemplo dessa coisa de pegar
uma canção e revalorizá-la. Tenho certa dificuldade em cantar
novos compositores. Preciso procurar muito pra achar alguma
coisa que eu realmente goste. Acho que mais que bons compositores,
faltam bons letristas. E depois, procurar aonde? O Prêmio
Visa ganha de novo sua importância aqui nessa hora dos compositores,
afinal, gradativamente ele vem dando visibilidade aos vencedores
dessa categoria. Por outro lado, há anos estou fora do contexto
musical brasileiro, conheço pouca gente da nova geração. Agora,
certamente, esse contato vai se intensificar.
RB:
TONS, o disco que fizeste com o Ronaldo, basicamente usando
apenas tua voz e contrabaixo elétrico, é uma formação bastante
inusitada para os padrões da MPB.
Não
foi nada pensado. Fizemos porque compramos um computador bom
e fomos gravando coisas, experimentando, perdendo coisas já
gravadas porque não conhecíamos o programa direito, compondo
e gravando pra não esquecer...O duo já tinha uma vida nesse
tempo, já tocávamos bastante e o CD foi um presente pra nós,
fruto da nossa vontade de experimentar novas sonoridades.
Nossa idéia inicial era gravar apenas voz e baixo, mas cada
amigo que aparecia gravou uma faixa. Ficamos felizes e honrados
com o fato de termos tantos músicos bons tocando conosco no
disco. Conseguimos um patrocínio pra finalização e ainda por
cima ele foi indicado para o Prêmio Alemão Schallplattenkritik,
sem contar que foram quatro músicas que estão nele que inscrevi
no PrêmioVisa. Agora só falta fazer uma nova edição e lançá-lo
no Brasil. Bom lembrar que trabalhar com um músico do nível
do Ronaldo Saggiorato é só alegria, satisfação e uma grande
honra.
RB:
E esse disco que o Visa e a Eldorado vão patrocinar?
Estou
em fase de definição de repertório. Alguma coisa que foi executada
durante o Prêmio estará também no CD... Não temos muito tempo,
entramos em estúdio em breve. Não há interferência da gravadora
na escolha, muito pelo contrário, temos total e absoluta liberdade
pra definirmos tudo. Isso é muito bom, eles querem lançar
o que foi avalizado pelo Prêmio.
RB:
Fazer um disco para o mercado BR e um para o mercado europeu...
A estratégia é diferente?
Não.
Não há estratégias, faço o que gosto e acho que esse negócio
de mercado é uma bobagem, as pessoas consomem o que lhes é
dado pra consumir. Todos sabemos que, em geral, a televisão,
o rádio e a grande indústria fonográfica são um massacre à
inteligência. Tenho absoluta certeza que há mercado pra tudo,
é só uma questão de divulgação. Assim como tenho certeza que
o Brasil só precisa de vontade política pra deixar de ser
terceiro mundo. Acho que vivemos um momento muito importante
politicamente. Se não há mais esquerda, é tempo, mais do que
nunca, de termos uma atitude de responsabilidade moral com
o Brasil. As leis precisam ser cumpridas, a corrupção precisa
acabar, o que tem que ser mudado tem que ser mudado sem delongas.
Ainda há escravos trabalhando no norte do Brasil, isso é uma
loucura! Ainda há sindicalistas sendo assassinados, prefeitos
que morrem assassinados. Penso muito no papel da Arte frente
a tudo isso.
RB:
A vitória no Visa e também o lançamento desse disco abrem
grandes portas aos artistas, mas é a partir daí que eles têm
"mostrar serviço". Como estás enfrentando essa questão? O
que muda na tua forma de trabalho, no que diz respeito à produção,
ao marketing, à mídia? Pensas em formar um grupo e viajar
pelo Brasil? O que fazer para não desperdiçar essa grande
chance que o prêmio está oferecendo?
Depois
de cinco anos fora do Brasil, estou me sentindo um peixe fora
d'água, sem saber direito o que tá acontecendo, aonde e tal.
Mas só cinco meses se passaram desde que voltei e ainda não
deu tempo de parar. Ano que vem faremos muitos concertos,
aproveitando a oportunidade de haver ganho um Prêmio respeitado
e que dá muita visibilidade. Talvez o Visa seja hoje o mais
importante incentivo à música brasileira moderna, melhor maneira
de voltar e de ser apresentada não há.
RB:
Que nova técnica vocal é essa estás utilizando?
Técnica
Alexander não é nenhuma técnica vocal, mas me ajudou muito
em todos os aspectos porque trabalha o corpo e a cabeça. Há
cinco anos, em Viena, conheci Andréas Sandri, um grande professor
de Técnica Alexander. Fiz um ano de aulas, em razão de um
problema de coluna e o resultado foi tão surpreendente que
resolvi fazer a escola. A TA foi desenvolvida pelo ator australiano
Frederick Matthias Alexander, quando teve um problema com
sua voz que os médicos da época não conseguiam identificar
a causa. Ele concluiu que a perda da sua voz estava ligada
a uma tensão excessiva da musculatura e na coordenação deficiente
entre a cabeça, o tronco e os membros inferiores. A partir
daí, desenvolveu a TA, que é recomendada para as pessoas que
sentem dores, que permanecem por muito tempo fazendo movimentos
repetitivos, até aquelas que simplesmente gostariam de ter
uma relação mais saudável com o corpo e com a psique. É muito
procurada por músicos, mas repito, é indicada para todos aqueles
que almejam um corpo e um estado emocional mais equilibrado.
É bom salientar que TA não tem nada de místico, é uma técnica
racional, com sólidas teorias e fundamentada na relação professor-aluno
e não terapêuta-paciente. Seu primeiro livro "O uso de si
mesmo" foi traduzido para o português. O Curso para se formar
Professor de Técnica de Alexander dura três anos e ainda não
há escolas na América Latina.
RB:
Quando teremos tua primeira turnê ao RGS?
Espero
que em muito breve. A partir de março sai o novo CD e aí saímos
em turnê.
TONS
- Voice & Bass
O trabalho do Duo Padovani & Saggiorato tempera a interessante
combinação de baixo de seis cordas e voz, com um repertório
de composições próprias e inéditas, sem esquecer os bambas
da composição brasileira como Villa Lobos, Pixinguinha, Lupicínio
Rodrigues e Chico Buarque exibindo o melhor das várias gerações
da nossa música. Com arranjos que exploram o caráter inusitado
da formação e valorizam o potencial dos instrumentos - o baixo
usado, ora como guitarra ora como percussão, dando espaço
à sutileza e à força de interpretação da mezzo-soprano - TONS
é um dos mais autênticos exemplos da música brasileira moderna.
O disco, gravado em Viena, traz convidados muito especiais
em algumas faixas: Bertl Mayer (harmônica), Marcio Tubino
(flauta), Thomas Kugi (clarinete), Fernando Paiva (percussão),
Paul Urbanek (teclados), Thomas Gansch (flugelhorn), Arkady
Shilkloper (french horn) e Alessandro Kramer (acordeon). O
Prêmio Visa - Criado em 1998, o Prêmio Visa é hoje o mais
importante concurso musical do Brasil. Conquistaram projeção
nacional e internacional depois de passarem pelo evento o
Duofel, Chris Delano, Hamilton de Holanda, Renato Braz, Yamandú
Costa, Dante Ozzetti, Mônica Salmaso, Célio Barros e André
Mehmari. Neste ano o Visa recebeu a inscrição de 2.686 trabalhos.
Esta oitava edição concedeu prêmios de R$ 200 mil. Izabel
recebeu R$ 110 mil mais a gravação de um CD pela Gravadora
Eldorado.
[Publicada
no jornal Cadafalso, nº 5, dezembro 2005, que circula em Passo
Fundo/RS/Brasil]
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